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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pirotrágico



Ao riscar o fósforo ele traçou o destino.
O destino do corpo dela.
Ao fechar a porta ele trancou os gritos.
Os gritos do corpo dela.
Ao arregalar os olhos ele aumentou as chamas.
As chamas do corpo dela.
Ao soluçar ele assoprou as cinzas.
As cinzas do corpo dela.
Ao enxugar as lágrimas ele escondeu as pistas.
As pistas do corpo dela.
Ao dormir ele esfriou a cena.
A cena do corpo dela.
Ao acordar deparou-se com o drama.
O drama do corpo dela.
Ao se despedir do corpo ele amaldiçoou o seu nome.
O seu nome no corpo dela: Prometheus.

sábado, 13 de julho de 2013

Que o vento seja leve


A dor me tomou.
A dor líquida.
Daquela que liquida.
E se mostra sólida.
E te deixa só.
E te faz pó
à mercê do vento.
E te faz de experimento:
um ferido catavento.
Cata-vento.
Cata, vento...







"Porque não é pela via da linguagem que eu hei de
transmitir o que em mim existe. O que existe em mim não há palavra que o diga"

Antoine de Saint-Exupéry