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terça-feira, 21 de outubro de 2014

O suor, as lágrimas e as gotas de chuva



Descem.
Escorrem.

Quem garante que
as águas de chuva
não são lágrimas
 a descer do céu?

E se por um tormento
o suor precisasse
de um rosto para fazer
desse o seu réu?

Descem.
Escorrem.

As gotas de chuva
são um choro suado
da terra.

Hidrantes da matriz
onde, um dia,
todas as águas
se encontrarão.

Sem escoamentos.



5 comentários:

mulambo nanet disse...

Mesmo sem entender, consegui senti. E mesmo sem saber de fato o que sentia, adorei. Cada letra, cada palavra...

Mariza Lacerda disse...

Fico feliz. Um abraço!

Bruno espartano 23 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno espartano 23 disse...

Ave, Júpiter!!!

Após um longo tempo sem postar comentários, foi muito bom voltar ao blog e ler as suas poesias, sempre com a mais alta qualidade e trabalho estético que só você consegue ter.

Uma vez te disse que os seus poemas estavam tão bons que mereceriam até uma análise. Hoje, tempos depois desse meu comentário, vejo com muita alegria o quanto o seu estilo evoluiu e como você está cada vez mais próxima (se o mercado editorial melhorar) da publicação de seu primeiro livro (pelo menos é o meu desejo, dado que o mundo precisa cada vez mais de escritoras de talento iguais a você).

Para quem teve o privilégio de acompanhar a sua trajetória desde os primeiros textos, é inegável como o seu estilo se delineou ao longo desses 4 ou 5 anos. Antes, achava os seus poemas muito próximos dos de Drummond no que tange a escolha das palavras. Além disso, você tinha uma delicadeza vocabular próxima da estética de Cecília, e um olhar para a questão interior do “eu” muito semelhante ao que a Clarice sempre demonstrou em sua literatura.

Sei que essas são comparações pesadas, e que realmente por mais talento que você sempre demonstrou ter, seria muito difícil chegar ao patamar desses imortais de nossa literatura. Contudo, percebo hoje que ao ler os seus poemas, eu não sinto mais o eco desses monstros sagrados de nossa literatura, mas sinto cada vez mais o estilo da Mariza (vulgo Júpiter), e é esse o grande ponto que demarca, em minha opinião, a diferença de escrever poemas/contos e de ser um escritor de fato: aquele que consegue dialogar com os grandes, sem perder o seu estilo próprio.

Assim, é com muito alegria que eu digo que é um privilégio ler as suas poesias e espero ter a honra de trabalhar com alguns deles em sala de aula, além, é claro, do desafio que só os bons textos nos propõem de poder analisar a sua produção estética em um artigo ou ensaio.

Por fim, gostaria não só de parabenizar pelo sucesso do blog e pela quantidade de poesias de qualidade que você já escreveu, mas, principalmente, te agradecer pela sua generosidade em dividir com o mundo esse enorme talento que você demonstra a cada nova poesia.

Forte abraço desse filho de Esparta que retorna após um longo tempo de exílio (rsrs)

PARABÉNS!!!

Ass.: Bruno Espartano 23

Mariza Lacerda disse...

Querido espartano, seu comentário me deixou extremamente feliz. Não suma por tanto tempo. Um forte abraço!


"Porque não é pela via da linguagem que eu hei de
transmitir o que em mim existe. O que existe em mim não há palavra que o diga"

Antoine de Saint-Exupéry