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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O seu submundo


Numa destas noites vagueei além do habitual. Procurei pelo seu submundo, pois sei que do seu mundo convencional não faço parte. Nele me encontrei. Descobri que conhecia o roteiro e, infelizmente, me reconheci como uma mera cenografia.
Vieram várias trilhas sonoras em minha mente. Foi como se o seu submundo se embalasse através de músicas que ouço repetidamente. Então de uma simples cenografia me promovi à diretora. Eu quis poder ditar o itinerário dos seus passos. Desejei que eles deixassem de serem óbvios. Empolguei-me e imaginei-me dirigindo a sua vida. Dessa forma, eu poderia tentar enquadrar a sua fisionomia de encontro com a minha. Eu forjaria um lindo jogo de luzes.
Até pensei que todo o meu anseio pudesse ser passado através de um filme de cinema mudo. Só que ao invés da sua expressão, o que aparecia seria o meu reflexo sobre a lente da câmera, sombreando o enquadramento de uma ficção por demais tardia. Ao invés de ser uma pretensiosa diretora, melhor seria que eu fosse uma dublê que evitasse todas as nossas feridas.

Um comentário:

Bruno espartano 23 disse...

Ave, Júpiter!!!

Parabéns pelo conto, Mariza

Você demonstrou aspectos interessantes que mostram como a nossa vida´não passa de uma grande cena enunciativa (o Milton ia gostar de ver isso rsrs) resumida na lente de uma câmera, ou na perspectiva de um olhar!

Continue escrevendo e evoluindo como você está. De longe, você será a minha escritora contemporânea favorita rsrs.

forte abraço

Ass.: Bruno Espartano 23


"Porque não é pela via da linguagem que eu hei de
transmitir o que em mim existe. O que existe em mim não há palavra que o diga"

Antoine de Saint-Exupéry